Juízo de louco

Era louco, mas era seu amigo!
Vendia bugigangas de papel.
Carregava nas costas um farnel,
e usava um chapéu como abrigo.

Um dia desses, esse louco amigo
brigou com ele sem motivo algum.
Tinha um bafo de vômito e de rum
e uma rolha de vinho no umbigo.

E profanou, avacalhou consigo,
sem um motivo, sem explicação.
E rosnou e ladrou qual fosse um cão,
a farejar no ar algum perigo.

Ainda hoje tento e não consigo
pensar que um louco briga sem razão.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 18/09/2020
Reeditado em 18/09/2020
Código do texto: T7066253
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