Elogio leviano
“No elogio há mais impertinência do que na censura.” Nietzsche
Quando um artista espera da plateia,
que o aplauda de pé, agradecida,
o pano do teatro empresta à vida
toda ansiedade da estreia.
E assim se dá início a odisseia,
desde o camarim até a coxia,
quando a ansiedade asfixia,
como tomasse conta da traqueia.
A palma é um tipo de elogio,
que difere da vaia por um fio
tão tênue e tão pobre de lisura,
que juntas se misturam ao aplauso,
cada uma a contar seu próprio causo,
sem, no entanto, apor assinatura.