Escrivaninha
- O tinteiro por favor!
- E traga os selos de Dona Helena, e não se esqueça da nova lembrança.
- Nem mesmo hoje, de nossa falança.
- E traga de jeito, pois não há de haver defeito.
Em minha escrivaninha, nas rochosas cortinas;
Nas tençoadas franzinas,
Na viril carta lançada, da furtiva essência em fala.
De seu cauteloso! Do bravo doloso.
Da frente oeste,das sendas terebres;
Das exílias gerações, das enxutas constelações.
Do retido momento menino, do já vivo recado caprino.
De um "Naturalis" com ar de recado.
De densas curvas, em sua ternura,
Paginada por armaduras, na candeia das dunas.