PEDAÇOS

Ás vezes vivemos trincados

Trancados

Trancafiados em nós mesmos.

Tentamos juntar os pedaços espalhados

Estilhaçados

Esparramados por uma vida sem sentido,

Que outrora levamos até nos descobrirmos.

Pedaços estes que de tão pequenos e afiados

Ferem as mãos de quem nos toca

De quem deseja uma troca

De amor e de cuidado.

Pedaços que ferem a alma

Mas que inebria os olhos de quem vê.

Quanto mais despedaçados

Difícil é estancar as feridas.

Às vezes vivemos trincados

Esperando pessoas para nos despedaçar de vez

Às vezes já estamos despedaçados

Esperando pessoas para nos juntar talvez.