O SILÊNCIO DOS QUE MORRERAM
Profundidade;
O silêncio me traz;
E o tempo, só impiedade;
Em sua vastidão tão tenaz.
Minha carne envelhece;
Toda aurora anoitece;
Escuridão prevalece;
Do fim, tudo padece.
Infindo finito;
De imenso ardor;
E puro conflito;
Pesa os pesares;
Desses muitos olhares;
Que carecem de seus pares;
Nesse jogo de azares.
Infindo finito;
Todos morreram;
De tanto conflito.
E apesar dos pesares;
Em todos os ares;
Aos vivos, meus pomares;
Pois morri, morri, de tanto me acuares.
Eis a quietude;
Daqueles que arderam;
No amago soa seu alaúde;
Por fora, o silêncio dos que morreram.