JUSTIÇA NOTURNA
Ocaso, guia para a noite;
Ora soturna, sempre enigmática;
Imersa em volúpia e deleite;
Templo das almas erráticas.
Palco de estrelas infindas;
De eternas jornadas saudosas;
Sensações alegres e brandas;
Seguidas de outras intensas e furiosas.
Fluidez mista e assombrosa;
Arrebatadora em sua obra;
Envolvente, amorosa;
Lasciva em sua penumbra.
Acolhe angústias e prazeres;
Aqueles que ninguém escuta;
Uma ouvinte sem paredes;
Permitindo profuda permuta.
Tece as asas dos sonhadores;
Oh, Nix, dama celeste;
Daqueles que passaram por tantas dores;
Cujos gritos pela noite ecoaste.
Por vezes tão clara quanto o dia;
Mantém, noite, sua natureza dúbia;
Para os desamparados, delicada na alegria;
Aos injustos, mordaz na agonia