JUSTIÇA NOTURNA

Ocaso, guia para a noite;

Ora soturna, sempre enigmática;

Imersa em volúpia e deleite;

Templo das almas erráticas.

Palco de estrelas infindas;

De eternas jornadas saudosas;

Sensações alegres e brandas;

Seguidas de outras intensas e furiosas.

Fluidez mista e assombrosa;

Arrebatadora em sua obra;

Envolvente, amorosa;

Lasciva em sua penumbra.

Acolhe angústias e prazeres;

Aqueles que ninguém escuta;

Uma ouvinte sem paredes;

Permitindo profuda permuta.

Tece as asas dos sonhadores;

Oh, Nix, dama celeste;

Daqueles que passaram por tantas dores;

Cujos gritos pela noite ecoaste.

Por vezes tão clara quanto o dia;

Mantém, noite, sua natureza dúbia;

Para os desamparados, delicada na alegria;

Aos injustos, mordaz na agonia

Ollenocis
Enviado por Ollenocis em 06/08/2020
Código do texto: T7027560
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