Tão eu
Uso todas as letras que posso e expresso o excelso da dor.
Morre todos os dias um pouco, quase sempre morro de amor.
Todos os meus gritos madrugada a fora, todos os meus dias, todas minhas horas, não seria o bastante para todo meu sentir.
Sinto a vida com os olhos, ouvidos, boca, coração, sinto a vida me surrar a pele, sinto a vida em cada ruir.
Todos os gestos e pensamentos, cada manifestação de mim é exaustiva, cansativa, sem fim. Pois tudo em mim é em excesso, nada pode aplacar, sinto tudo e muito e nada ao mesmo tempo, ao mesmo que finjo não me abalar.
Dentro e fora de mim mesma, consigo perceber o interno e externo a se confrontar, quero dominar os dois ao mesmo tempo, mesmo sabendo que isso vai me matar.
Todas as possibilidades de falha e triunfo, em mesma intensidade posso planejar, um dia sou a santa e em outro a louca, sem nunca deixar de ser as duas no mesmo caminhar.
Tão confuso quanto tentar entender o que ninguém nunca explicou, e como se perder num labirinto tão meu, tão grande, tão complexo, tão confuso, tão eu.