SEM CAMUFLAGENS
Às vezes, nem eu mesmo me entendo
Mas vivendo, vou tentando aprender
Vendo ao meu lado tudo acontecendo
Assim talvez, eu possa me reconhecer
Lendo o tempo que passa do lado de fora
Sob as lentes nuas da minha imaginação
Percebendo os sonhos que o mundo devora
Dos inconscientes passos sobre esse chão
Seguindo as rimas por outros momentos
Com os pensamentos em contradição
Contrariando as trilhas nos movimentos
Que contornam as órbitas em rotação
E enquanto assim, lá se vão as ferrugens
Corroendo os trilhos d'uma vil evolução
De olhos pardos e nus, sem camuflagens
Conduzindo ao fim os ares d’outra estação
Às vezes, nem eu mesmo me entendo
Mas vivendo, vou tentando aprender!
Autor: Valter Pio dos Santos
01/Ago./2020