Aleatório

ALEATÓRIO

Amo, odeio, choro, sinto,

Repito coisas para mim mesmo,

Ando a esmo,

Juro...

E minto!

Ontem adormeci sorrindo,

Hoje, escrevo aos prantos,

Caminho ciente de meus erros,

Mas às vezes, nem tanto.

Conheço a maior parte de minhas falhas,

Sei que me trouxeram até aqui,

Conheço a maior parte de minhas tralhas,

Sei como arrumá-las, mas não quero conseguir.

Gosto de caminhar pelos dias de inverno,

Os mais nublados são fenomenais,

São tão frios e vazios,

Meus fantasmas são iguais.

Escuto as vozes do meu passado,

Sim, sou jovem, o passado não está assim tão distante,

Mas parece que entre nós,

Há um abismo estonteante.

Tudo mudou depressa,

Os amigos, a cidade,

Trocaram meus bancos prediletos,

Permaneço o mesmo, neles sentado ao fim da tarde.

Nada de anormal,

Nada de muito interessante,

Apenas um humano banal,

Caminhando em meio à multidão vagante.

Quando cai a noite, cai a máscara,

Não preciso ser forte,

Entre quatro paredes,

Posso perder o meu Norte.

Ontem adormeci sorrindo,

E hoje escrevo aos prantos,

Sentimentos aleatórios,

Vão partindo,

Vêm chegando.

Durante a tempestade,

Navego por minhas incertezas,

Leio minhas linhas incertas,

Com minha cerveja sobre a mesa.

Sou mais um a vivenciar a mesmice

Sai ano e entra ano,

Mais um a aguardar a velhice,

Mais um aleatório...

Humano!

Sou mais um a parar de encenar,

Quando a noite lança sobre a Terra seu manto,

Apesar de tudo, sou feliz,

Mas às vezes...

Nem tanto!

Aleatório, aleatório...

Aleatório...

Ser humano!

Pedro Silva

Pedro R Silva
Enviado por Pedro R Silva em 01/08/2020
Código do texto: T7022997
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