Notas de curiosidade
Insone, relaxo estudando as notas que compõem a minha curiosidade
E a distância do desconhecido que me desperta os sentidos mais nobres e por vezes impuros.
Não nego.
Me arrepio com uma voz num tom diferente da minha.
Entorpeço imaginativa.
Há algo que causa um frisson na minha pele que não sei explicar ainda.
Foge do meu controle.
Me provoca uma certa ansiedade em receber uma mensagem descompromissada, dotada de uma vergonha em querer, ainda sem confessar.
Estaria eu embebida pela ilusão?
Não sei.
Divago num compasso incerto.
E vou além do que minha imaginação permitiria, se eu não fosse uma selvagem.
Minhas notas vão de Dó a Si sem que a música certa faça muito sentido.
Minha mente acelera e aquece.
Reflete no meu corpo, que essa voz diferente deseja, tão tímida, tocar.
E sigo imaginando o mesmo com o que me cabe pensar desse corpo que deixa o meu tão trêmulo.
E nessas poucas horas da noite, uma doce mensagem me aguça e relaxa, nessa ordem.
Emudeço, transpiro, fecho os olhos e obedeço qualquer comando como uma refém.
Durmo bem. Com notas dessa curiosidade que me enlouquece dia a dia. Que tanto temo, mas me entrego nesse acaso.