O recanto da cidade sem arte
O mais confessado agora é o cansaço
No recanto da cidade sem a arte-final
Na carne fraca espalhada no calabouço
Há dor entre as cabeças despedaçadas.
Tem corpo perdido na arte amargurada
Desse tempo atoado, convidado em vão
Quem o invade, os sonhos do bom juízo
Congela, o infernizado gosto pela boca.
Na garupa coloca em ordem o infindável
Se dobra na oficina abancada na esquina
Ao lado dos “tanques” lava-se as roupas
Há medo atirado entre nuvens enevoadas.
Mas, de vera o tempo é invasivo, perverso
Traz pressa na oração mesmo sem sermão
Dá um jeito no guerreiro visto no espelho
Como se fosse um velho louco sem saúde.
A amiga do coitado teso bem no fundo do poço
Pede a alguém lá do abismo pedaço do cobertor
Sossegue o frio, aquecendo os frutos dos sonhos
Exija olhos abertos, não esqueça velhas fantasias.
O recanto da cidade ainda se mantém pitoresco
Pronta para se servir contra a paralisia das artes
A cabeça só pensa na iniquidade viciada no tempo
Ao acolher-se, o homem chora medo, fecha os olhos.