ENQUANTO CHOVE
O barulho da chuva lá fora, o frio que sinto aqui dentro faz-me viajar em pensamentos e os sentimentos galopam no pensar.
Este peito de guardados múltiplos, sempre aberto pro novo que há de vir, não se importa de rir ou chorar. Não se importa se ganha ou se perde. Até sofre se abate, mas não dobra. Só se rebela se lhe tentam parar.
Todo dia que nasce é desafio. É feito de alegria e suor. É um pedacinho da caça ao destino. É um canteiro para sementes novas. É a recompensa do antigo plantio. É a vida que renova o rosto. É um gosto novinho na alma. É esperança para um novo amanhã.
Vale a pena querer a verdade. Vale a pena buscar o prazer. Vale muito ter olhos sempre erguidos. Nada como se ter amizades. Nada como sentir-se querido. Nada como caminhar pelos parques. Nada como sentir os perfumes. Nada igual poder amar alguém. Nada igual como ser correspondido.
Lá fora, a chuva que acorda a vida e faz o pó adormecer. Aqui dentro, leva-me o sono e faz o sonho despertar.