Volta à poesia
Chuva...
Frio que me consome
Onde estão agora seus abraços?
Esse vento que finge passar despercebido
E folhas que passam tão depressa
Faz eu insistir na minha promessa
De que a calma que embala minha vida
Que pulsa de dentro e me consome
Imitando o beijo da despedida
Agora já não existe
Simplesmente some
Palavras que são levadas pelo vento
Dobrando ruas
Pichando muros
Com idéias nuas
Enquanto existem tantos outros em apuros
Dizendo sussuros que insistem
Imitar a voz da natureza
E que nada mais têm
A não ser a certeza
Desses ar gelado me esquivo
Segurando o papel entre os dedos
Nada mais preciso
Para escrever o que vivo
Pra que chorar agora?
Se já não me resta
o calor de outrora?
Com a caneta e o papel
Vou reproduzindo a minha memória
Como o trabalho da abelha ao fazer o mel
Construo a minha história
Nayara - 15/10/2007