EU
Tenho o silêncio das pedras tumulares...
Fixa rigidez do reino mineral!
A mudez crepuscular das cores e ares
e a insensatez da alma virginal...
É com a força telúrica dos mares
Lá do centro pirosférico abissal
que nesse enlace egocêntrico dos pares
Sei-me eclodindo na fibra vegetal!
Cósmica matéria que se torna viva
e quê em frenesi de amor se reproduz...
Sente-se, também com vida sensitiva
O que finalmente, a pensar me conduz
mas em contraste ao que fui, se torna altiva
para em caudais de sonho se tornar luz!
Porto Alegre-RS, 1967