EU

Tenho o silêncio das pedras tumulares...

Fixa rigidez do reino mineral!

A mudez crepuscular das cores e ares

e a insensatez da alma virginal...

É com a força telúrica dos mares

Lá do centro pirosférico abissal

que nesse enlace egocêntrico dos pares

Sei-me eclodindo na fibra vegetal!

Cósmica matéria que se torna viva

e quê em frenesi de amor se reproduz...

Sente-se, também com vida sensitiva

O que finalmente, a pensar me conduz

mas em contraste ao que fui, se torna altiva

para em caudais de sonho se tornar luz!

Porto Alegre-RS, 1967

Attilio dos Santos Oliveira
Enviado por Attilio dos Santos Oliveira em 17/06/2020
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