Jardins de ontem

Se da malícia se come o fruto

Debaixo do pé-de-orgulho

Não me culpe de admirar

A inocência do jequitibá

Se o alto do prazer de outubro

Te faz ver o atrás com desgosto

Não me culpe de alongar o agosto

Acaso o nome inspirar

O desejo da virtude cultivar

Não me culpe de ver a beleza

Nas longas saias bordadas

Nas barras beijando a calçada

No coque abraçando a cabeça

Além das velhas certezas

Com clareza pude ver

Que diante do frondoso ipê

É natural da nossa natureza

Enxergar nas flores rosadas

A muda ontém plantada