Da escrita do poeta

Escrever é fragmentar-se

é tornar livre a densidade

de tudo que em mim faz parte

e do que no meu interior habita.

E assim tem sido

e assim sempre o será

um mero instrumento de viver o mundo

de o sentir e de o interpretar.

E na ânsia de ser de todos

e de tudo querer fazer parte

o poeta tem sangrado

sangrado o que nele é verdade.

Mas tem cumprido bem o seu papel

pois tornara-se consciente

de que é da dor da sua existência

que a sua escrita depende.