FRAGMENTOS

Amasso a folha de papel,

passo o meu risco no céu,

apenas rabisco e luz.

Amasso os meus dias,

os meus tropeços.

A folha seca e o meu

passo.

O tronco da vida e o

meu regaço.

Me protejo das palavras.

Da chuva fria,

da hipocresia.

Prefiro banhar-me inteira

na poesia,embriagar-me

de cálices tintos,de vida.

Prefiro as borboletas no jardim,

as gavetas abertas,

as poesias tortas,

as lagartas em mutação.

Nada é perfeito,

alguma coisa no avesso,

me encanta.

Me desorienta saber-me

inteira,sou "pedaço" ainda.

Talvez lagarta, que possui

asas.

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 16/10/2007
Código do texto: T696115
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