CAIXINHA DE BRINQUEDOS (p/ Thalita Valle)
Quisera ser eu o único a te perceber as curvas;
Magnetizar seu passo, ser o fim do seu trajeto;
Espionar-te os aposentos pra espantar os abjetos;
Que pra outros - salafrários! - fosse a tua vista turva.
Quisera ser eu a luva a te proteger os dedos;
Ser filho de Urano e Gaia pra punir os quatro ventos
Que batem na sua saia diante de olhares atentos,
E à noite, poder guardar-te na caixinha de brinquedos.
Depois das horas, em claro, alerta, a velar seu sono,
No azul da manhã, sem donos, ao passear lado a lado,
Fosse o nosso amor Veríssimo, nossos Caminhos Cruzados,
Nossos destinos blindados, sem prenúncio de abandono.