CAIXINHA DE BRINQUEDOS (p/ Thalita Valle)

Quisera ser eu o único a te perceber as curvas;

Magnetizar seu passo, ser o fim do seu trajeto;

Espionar-te os aposentos pra espantar os abjetos;

Que pra outros - salafrários! - fosse a tua vista turva.

Quisera ser eu a luva a te proteger os dedos;

Ser filho de Urano e Gaia pra punir os quatro ventos

Que batem na sua saia diante de olhares atentos,

E à noite, poder guardar-te na caixinha de brinquedos.

Depois das horas, em claro, alerta, a velar seu sono,

No azul da manhã, sem donos, ao passear lado a lado,

Fosse o nosso amor Veríssimo, nossos Caminhos Cruzados,

Nossos destinos blindados, sem prenúncio de abandono.

Cassio Calazans
Enviado por Cassio Calazans em 25/05/2020
Reeditado em 18/02/2021
Código do texto: T6957374
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