MUDANÇA
Ninguém é o mesmo depois de viver
De dez em dez anos temos outro esqueleto
Não de quitina, mas de decepções e sofrer
Como cigarros, recriamos canto e soneto
Ninguém é o mesmo depois de humilhado
A tortura faz repensarmos nossa conduta
O trabalho faz criticarmos nosso passado
A enxada pode refletir solidariedade ou disputa
Ninguém é o mesmo depois da escrita
Depois de experimentado seu exagero e o equilíbrio
Depois das reflexões que traz esta bandida
Depois que as ideias fazem da mente um rio
Ninguém é o mesmo depois da saudade
Depois de perder qualquer pedaço de nossa verdade