Sobre ir
É mais fácil descansar
Meus olhos nesse céu
E sentir as nuvens
Atravessarem-me
A fixá-los em ti
E, assim, te alcançar
É mais fácil me pôr a ver
As ondas no mar
Assistir, de longe,
Ao nascimento potente das formas
A desejar tua presença, bem ao lado
Com qualquer sinal de feliz desfecho
Mas, não me interessam
As nuvens
Nem as ondas
[do mar
Nem mesmo tu.
Desfiz, em mim,
Mágoas do tempo
E marcas do irreparável
Não quero ser passarinho;
também, morrerei sozinha
[de tanto voar.