Ao Vivo
Quem sabe faz ao vivo
Dizem eles tanto a mim
Pois eu penso e logo vivo
Se eu existo tenho fim
Não sei fazer ao vivo
Eu gravo meu verso
Simples e discreto
Aprendi a pensar e versar
Perdi o jeito que nunca tive
Pois o ao vivo não tem sinal
Corta a conexão, mata o sarau
Pois quem sabe faz ao vivo
Sou escritor, talvez versista
não sou o bardo, sim cronista
Não declamo apenas escrevo
Sou a linha tornando texto
Não clamo pois sou nervoso
Talvez tímido mas não orgulhoso
Minha voz não ecoa em microfone
E sim em ouvidos, livros e headfones
Sou a escrita com erro gramatical
O não perfeito poeta informal
Sou andante movido a prosa
E o errante disposto a aprender