Arte abstrata
O algo sem forma
Ou a forma sem o algo?
O pintor e seu pincel
Dois lunáticos
Compartilhando o mesmo espaço
Que lhe é oferecido
Uma pincelada
E um pensamento esvoaçante
Na cachola...
Outra pincelada
E o nada toma forma
Ninguém sabe o que se vai
Na cabeça daquele louco
É tal de tinta que voa
Que quem vê não entende
O que se passa ali
Somente ele mesmo
O criador desse enigma fabuloso
Ali esta sua alma
A sua vida
Esta tudo com que se comprometeu
Mais alguns retoques e pronto
O sorriso brota nos lábios
E a satisfação no olhar
A sua obra prima
Límpida e delicada
Mas não serão todos que a compreenderão
Não serão todos que terão uma visão profunda
Para investiga-la
Esmiúça-la com delicadeza
Entre riscos e rabiscos
Entre cores e tintas
Tons e sobretons
Há aqueles com a disposição
De descobrir enfim
O que compõem aqueles traços
E o que vai ao coração daquele louco
Para conseguir iludir tantos olhos desatentos