"A velhice é a paródia da vida." Simone de Beauvoir
Velha paródia
Adeus aos ideais da juventude!
Adeus às traquinagens de menino!
Adeus às sacanagens do destino,
que me zombam sem dó e amiúde!
Adeus à amizade dos caninos!
Adeus aos companheiros de esquinas!
Adeus à displiscência das meninas,
ao passear nos olhos dos meninos!
Adeus a tudo aquilo que não pude,
ou que não quis fazer por teimosia!
Adeus ao comensal da hipocrisia,
que cobra, ao pai do céu, que o ajude!
Adeus à reza feita por Maria,
pra que José não volte enbriagado!
Adeus ao pagamento do pecado,
que o vigário pensou que eu pagaria!
A velhice carrega o seu legado,
como um marsupial inteligente,
que olha para trás e segue em frente,
sem esquecer o passo que foi dado.
Como uma velha paródia do passado,
segue somando, com sinal trocado,
os dias que lhe faltam pra descida.
Assim, segue a velhice, a dar sutento,
ao mofo, que embolora o pensamento,
e que se acumulou durante a vida.
Velha paródia
Adeus aos ideais da juventude!
Adeus às traquinagens de menino!
Adeus às sacanagens do destino,
que me zombam sem dó e amiúde!
Adeus à amizade dos caninos!
Adeus aos companheiros de esquinas!
Adeus à displiscência das meninas,
ao passear nos olhos dos meninos!
Adeus a tudo aquilo que não pude,
ou que não quis fazer por teimosia!
Adeus ao comensal da hipocrisia,
que cobra, ao pai do céu, que o ajude!
Adeus à reza feita por Maria,
pra que José não volte enbriagado!
Adeus ao pagamento do pecado,
que o vigário pensou que eu pagaria!
A velhice carrega o seu legado,
como um marsupial inteligente,
que olha para trás e segue em frente,
sem esquecer o passo que foi dado.
Como uma velha paródia do passado,
segue somando, com sinal trocado,
os dias que lhe faltam pra descida.
Assim, segue a velhice, a dar sutento,
ao mofo, que embolora o pensamento,
e que se acumulou durante a vida.