Equivalência
Selva esta que
tudo toca
tudo infesta
convoca os reinos,
chama-os todos.
Estas crias suas
de histórias
selvagens,
milenares.
Perfilados:
pedra, planta
e pessoa.
Não à toa
não atinam
a equivalência.
O último deles
se levanta,
põe pela garganta
o ar, fonetiza
e domina
os vocábulos,
as definições.
O resto,
posto à
qualidade
irracional,
apenas
aguarda sua
sentença.
Não à toa
não atinam
os pensantes
e se perdem
pelo cipoais
do seu próprio
ideário.
Sicários de si
e de outrem
quebram espelhos,
furam os olhos
numa autofuga
autodestrutiva
autopunitiva
que tudo arrasa
alçando a brasa
do ódio
ao pódio
sem vencedores.
Pelas dores
quase todos
os seres
se sabem.
Assim, também
o é pelos amores
que se plenos,
nos livrariam
das histórias
milenarmente
selvagens.
Essas crias,
todas chamadas
pela convocação
de seus reinos
tudo infestariam,
tudo tocariam.
Perfilados:
pedra, planta
e pessoa.
Selva esta que,
não à toa
não atina
a equivalência.