E AS CHUVAS CHEGARAM...
E as chuvas chegaram batendo nas vidraças
E o vento chegou uivando na esquina
São os arautos da neve peregrina
Que chegam trazendo um nevoeiro de fumaças!
E os sonhos chegaram voejando como garças...
E a virgem chegou por detrás da cortina!
Entoando canções corri a voz argentina
E bebendo o licor de todas as taças...
E esta canção que o vento traz cantando
Uivos do vento triste enlouquecidos!
Estes soluços que a alma traz chorando...
São gritos de dor, de nós desprendidos
Sonetos! Pobres versos divagando...
Confidentes de nós em tempos idos...
(Rio Grande-RS, 1944)