Confissões extraViadas: O Caos

É preciso parar,

atentar-se às emergências.

As reservas de oxigênio estão no zero,

bem como as de carbono e nitrogênio.

No trânsito, todos os caminhos,

levam ao mesmo ponto.

Mas, os veículos andantes,

o farol não respeitam.

Alias, não há mais farol.

O fluxo está congestionado.

Realidade e miragens se confluem.

Há dificuldade em distingui-las.

Tensão, pressão e transição.

Movimentos de autodestruição.

É preciso parar,

distinguir dentre as exigências.

O que está longe,

pode estar perto.

É preciso perceber

o espaço, o tempo.

Pânico.

imerso no desencontro,

perdido até no cais.

É tarde.

Por hora é preciso parar.

(2017)

Obs: "Confissões extraViadas" será uma coletânea de textos escritos na forma de rabiscos, desenhados em folhas de agendas, blocos de papel e diários, há anos. São pedaços que compõem a complexidade do que sou hoje, no agora. São pessoas e memórias encarnadas num jogo de palavras. São sentimentos que silenciaram. Representam a trajetória de um menino gay, que recorreu diversas vezes ao mundo das letras para explodir o que não poderia ser audível.