O amor
Eu não faria poesia se não fosse o amor
Pois, não teria outro tema
Nem mesmo outro dia que valesse apena
Sem a centelha que vem e arrebata
Assalta os sentidos, me rende à uma flor.
Não me acho vulgar, de repente
Nem sou igual às serpentes que se deixam encantar
Senão, por um anjo encarnado
Que como um tornado revira meu brios
Altera a rota dos rios que iam pro mar.
Para o que tudo além é nada
É com os meus olhos que vê a minha amada
Posto que é cego, o amor não tem ego
Mal denominado abstrato
Ainda que nunca retrato, é substantivo concreto.