DECRETO-LEI
Decreto que os pássaros devem sorrir e namorar
Os ventos são nebulosos e, há muito, paralíticos
A Terra é assolada por flores más e sem sonhar
É hora, pois, de impetrar cada falso à hipocrisia sifilítica
Decreto que todos podem amar-se independente dos sexos
Que os presos tenham aulas, trabalhem, se reeduquem
E para os cruéis, deixar a prisão é falta de nexo
Que todos tenham suas terras e, lá, se multipliquem
Que sejam respeitados os credos, ideias e cores
E quem desrespeitar aos outros deverá beijar mil pés
Pois a humildade é o pagamento para os maus atores
Que os vulcões derramem abraços e perdões por sua vez
Que mesmo sendo diferente o time que se torce
Tenha-se um só hino à gloria da dignidade, que ora se contorce