Coração de poeta

Dias azuis estão parecendo cinzas

Feito restos de brasas aquecidas

Poeira fina que limpa, vem a brisa

Desenha o teu rosto no para-brisa

Desvia o foco, fio e tua alma, toco

Roto é o tecer em restos de chita

Tecido torto, sem marcação de fita

Não costuro, nem alinho; um louco

Esse coração de poeta e sem regra

Rega o verso com dor, e desprega

Rasga; quebra o verde do regador

De sede finda o verso, e a tua flor...