Reinventar
Por que eu viro a pagina,
Se era pra remoer, e não apagar,
O que era pra lembrar constantemente,
E não esquecer?
perdoar…
Por que não consigo permanecer com a raiva?
As paginas se viram sem que eu queira,
Tudo foge, e o sorriso floresce.
Por que o efeito da raiva, não persiste?
Por que eu dou um sorriso,
Se era pra estar magoado!?
O papel se volta branco novamente.
Talvez se a fúria fosse permanente…
Provavelmente,
A vítima seria o causador,
Seria quem causa dor!
Seria a causa perdida, quem sabe?
Por que eu sou uma máquina de escrever,
com um mecanismo que insiste em ascionar
A função de deletar,
de remover automaticamente e se curar,
E novamente iniciar?
As páginas de drama e terror existem,
Mas o sentimento se foi, se vai.
O pensamento revive o fato,
Por segundos,minutos, as vezes horas
E a função é ativada, e tudo se renova.
Por que?
Alguém lá encima quer que eu siga?
A tortura maior, é oscilar
Entre levantar e tropeçar.
As pedras aparecem pra realmente
Derrubar, que tormento!!
Por um momento parece que acabou.
Um vento frio no inferno.
O amanhecer esperado,
Vindo pra tomar o lugar da noite mais escura, Suceder o anoitecer intenso.
E por que isso continua, a me inspirar?
Eu quero, é respirar, a paz de um lugar
Que fará questão de me acolher.
Eu quero é correr na chuva, até o entardecer,
Sentindo que quando eu retornar,
Nada irá me aborrecer.
Por que esse nascer constante?
Preciso sentir a tristeza de ontem,
Porque preciso devolver;
Parar de ser assim!!!
Parar de por um fim, como se o recomeço
Fosse a solução.
Ainda que seja!
Eu quero mesmo é me vingar!
Fazer o outro sentir o que provoca nos outros.
Infelizmente, quem agora lê, sabe, impossível,
com esse mecanismo indestrutível.
Algo maior impede, algo inexplicável,
Mais implacável que o sentimento que quero sentir...
(Ou melhor, emoção)
Por que tudo isso?
Pode se perguntar, o por que de eu,
Essa poesia escrever, se essa revolta que sinto Irá passar, antes que eu possa, entender.
Tambem quero saber.
Que missão tão importante é essa
Que me aguarda, sã e salvo…?
Salvo de mim mesmo, talvez.
Talvez fosse mais fácil, se eu,
No lugar de humano, fosse
Máquina!!!
Máquinas jamais se inventam sozinhas,
Pelo menos não sem alguém pra criar a primeira com a função de criar as outras.
E se essa for a resposta?
E se a resposta for, deixar o curso natural acontecer?
O curso natural de se reinventar…