Choro de Primavera
Choro de Primavera
Sombras desidratadas, ouviam-se vozes acima do muro, lhe juro, sem lume, no alumem, porém lá dentro era escuro
Meu útero policarpo, puro, maduro e imaturo, no breu era claro, "Danza Kuduro", porém lá dentro era escuro
Acorrentada ao tempo jazia, Dom Casmurro, sem paz, sem amor, era duro, e pasmem todos, lá dentro era escuro
Um grito preso nos vibratos da flor, asseguro, um sofreguidão, um choro contido, lá dentro era escuro
A masmorra do tempo, a carne fria, meu cabelo duro, sem paixão, sem amor,
lá dentro era escuro
Libertem meu caminhar, deixem-me ver por um furo, covarde, podre, nojento,
impuro!
Humberto de Campos
Mestre Holístico