platonicidade
havia fogo na caverna
e dormia ali toda a energia.
ainda que decidisse matar deus,
sobraria a escuridão.
grilhões me conectavam ao solo
enquanto vislumbrava sua forma
e talvez até tenha te visto,
em alegorias de sombra.
creptava a minha realidade
enquanto buscava redenção
e bebia a tangibilidade
em goles de catarse.
dentro e fora da caverna,
por acaso e distância
o fogo arde, queima, ensina
e cega, quando ferido.
transcreve a busca por sentido
a tentativa, a chama, a soma e o erro.
rendido após o Sol matar seu leão,
na ostensiva e catastrófica empreitada pelo talvez,
eu o feri.