Extremos de mim.
EXTREMOS DE MIM.
Eu sou o que fui entre extremos,
Do início que não lembramos
E o fim que sempre tememos.
Por tudo o que nós passamos,
As lutas que então vencemos,
São marcas que carregamos.
Mas também, quando perdemos,
Se muito triste ficamos,
Enaltecemos, a alma,
Pelo tanto que aprendemos,
Tornando a trilha mais calma
E o peito aberto e gentil.
Por isso balança a palma,
Com movimento viril,
No majestoso coqueiro,
Morada sempre escolhida,
Pelo sanhaço matreiro.
Pois jamais será perdida
A esperança do amanhã,
Se a paz que paira é contida,
No brando sol da manhã.
Se, a ampulheta nos conta,
As ações do caminhar,
Não conta, a luz que desponta,
Num prateado luar.
Que então nos mostra a estrada,
Quase toda percorrida.
Que se dela levamos, nada!
Não faz mal, foi nossa vida.