SANGRENTO COTIDIANO

A violência me abraça com suas armas e drogas

Ela me estupra com seus desvios de verbos

Ela é perfumada nos altos escalões do governo

Invade minha intimidade, devassa meu lar

Se xingo, perco a razão, sou egoísta

É que a violência também ferve no meu sangue

Como fogo que invade a alma pacata

E me transforma em vingança, o ódio, ganância

Somos todos soldados lutando pela sobrevivência

Fechando portas e janelas para o pedinte faminto

Como vermes, sugamos os defuntos com pensões

Estamos numa guerra, onde os fortes tem prazer

E dos miseráveis é tirado até o que não se tem

A violência explode em nós pelo menos uma vez por dia como uma refeição

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 18/04/2020
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