Vou me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada

Lá eu sou a poderosa Rainha

Lá tenho o que quero

Onde e quando escolherei

Vou- me embora pra Pasárgada

Aqui estou exposta ao vírus

Lá a iguaria é carne assada

Que de tanto encher o bucho

Virar uma baleia é o risco

Vou-me embora para Pasárgada

Cansei dos noticiários da TV

Lá tem fogueira e violão

E uma aurora linda de se vê

Em Pasárgada se permite de tudo

Desde monólogos para vips

E malhar com vestido de veludo

Vou me embora pra Pasárgada

Conectada, embriagada, apaziguada

Sem mosquitos, sem lama, sem drama.

Se não virar a louca ao anoitecer

Descobrirei outras facetas do “Bandeira”

Capturarei estrelas, tomarei banho de lua

Abrirei cortinas, lerei livros nessa faceta

Mas Pasárgada faz morada no pensamento

Qualquer lugar que se isole pode ser o seu jardim

Nas varandas, nos quartos; ideias florescendo

Vou-me embora, então, para o templo escondido em mim.

----------------------------------------------------------------------------------

Breve paródia do poema "Vou-me embora pra Pasárgada" do poeta brasileiro Manuel Bandeira.

Renata Rodrigues
Enviado por Renata Rodrigues em 12/04/2020
Reeditado em 13/04/2020
Código do texto: T6915280
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.