Vou me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá eu sou a poderosa Rainha
Lá tenho o que quero
Onde e quando escolherei
Vou- me embora pra Pasárgada
Aqui estou exposta ao vírus
Lá a iguaria é carne assada
Que de tanto encher o bucho
Virar uma baleia é o risco
Vou-me embora para Pasárgada
Cansei dos noticiários da TV
Lá tem fogueira e violão
E uma aurora linda de se vê
Em Pasárgada se permite de tudo
Desde monólogos para vips
E malhar com vestido de veludo
Vou me embora pra Pasárgada
Conectada, embriagada, apaziguada
Sem mosquitos, sem lama, sem drama.
Se não virar a louca ao anoitecer
Descobrirei outras facetas do “Bandeira”
Capturarei estrelas, tomarei banho de lua
Abrirei cortinas, lerei livros nessa faceta
Mas Pasárgada faz morada no pensamento
Qualquer lugar que se isole pode ser o seu jardim
Nas varandas, nos quartos; ideias florescendo
Vou-me embora, então, para o templo escondido em mim.
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Breve paródia do poema "Vou-me embora pra Pasárgada" do poeta brasileiro Manuel Bandeira.