Num dia muito estranho

Num dia muito estranho,

o cachorro miou, o gato latiu,

meu vizinho, que não gosta de mim,

me disse bom-dia.

Era inverno, mas estava calor.

Os executivos, vestiam bermudas,

calçavam chinelos.

Os mendigos, vestiam ternos,

usavam gravatas.

No trânsito, não havia congestionamentos,

todas as pessoas se respeitavam,

as guerras acabaram,

nem, sequer, um tiro foi ouvido.

Os bandidos, se tornaram bons,

os presidiários, foram soltos,

nenhum crime aconteceu.

Os hospitais, estavam vazios,

ninguém ficou doente ou morreu,

não existiam missas de sétimo-dia,

ou algum velório.

As flores, eram malcheirosas,

os gambás, perfumados.

Havia felicidade, nas pessoas,

todos riam, ninguém chorou.

Nenhuma árvore, foi derrubada,

tudo era uma grande festa.

Ninguém, tomou banho,

todas essas coisas aconteceram,

num dia muito estranho.

Danilo Gonçalves
Enviado por Danilo Gonçalves em 12/10/2007
Reeditado em 12/06/2010
Código do texto: T691453