Não há bom coro na burguesia

O tempo que me perdoe

Mas, desprezo a sua visita

O que sinto é medo ingente

As coisas burladas não atraem.

A gente nem percebe o sumiço

Mesmo teimoso tremo alarmado

Nenhuma pessoa é forte sem pão

Amo gosto da cachaça que rói a dor.

Contudo se me pede altos conselhos

Procuro a calma num cigarro de palha

Se as coisas estão indiferentes, emotivas

Me mande um beijo ou peça lembranças.

Ninguém aguenta samba sem gosto de saudade

Me dá um pouco dos sonhos dessa burra sabedoria

Aqui no meio da fula burguesia não há coro aberto

Muitos desejam a onda da volta da velha continência.

O sonho que perdoe, amanheça, quero te escrever

Ando esquivo dos arquivos, distante das novidades

Aqui nesse buraco só ditam as ordens quem é oficial

Não importa há ruinas abertas, não cabem manchetes.

Nem um pouco sinto falta agora, das doces saudades

Calha, que os velhos sonhos estão voltando cansados

Até mesmo do novo barco tem muita gente indo embora

Se me tolera não faleça na mente, ofereça vida aos sonhos.

O mundo inteiro está atento a sonhos endiabrados, lunáticos

Parece até que a viagem apenas joga agonia para as fronteiras

Porque o que sinto malogra, frustra, sinônimo de pouca poesia

Falta gente filmando as coisas sensíveis, raras, sem treco na mão.

Cromeu
Enviado por Cromeu em 12/04/2020
Reeditado em 12/04/2020
Código do texto: T6914440
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.