Não há bom coro na burguesia
O tempo que me perdoe
Mas, desprezo a sua visita
O que sinto é medo ingente
As coisas burladas não atraem.
A gente nem percebe o sumiço
Mesmo teimoso tremo alarmado
Nenhuma pessoa é forte sem pão
Amo gosto da cachaça que rói a dor.
Contudo se me pede altos conselhos
Procuro a calma num cigarro de palha
Se as coisas estão indiferentes, emotivas
Me mande um beijo ou peça lembranças.
Ninguém aguenta samba sem gosto de saudade
Me dá um pouco dos sonhos dessa burra sabedoria
Aqui no meio da fula burguesia não há coro aberto
Muitos desejam a onda da volta da velha continência.
O sonho que perdoe, amanheça, quero te escrever
Ando esquivo dos arquivos, distante das novidades
Aqui nesse buraco só ditam as ordens quem é oficial
Não importa há ruinas abertas, não cabem manchetes.
Nem um pouco sinto falta agora, das doces saudades
Calha, que os velhos sonhos estão voltando cansados
Até mesmo do novo barco tem muita gente indo embora
Se me tolera não faleça na mente, ofereça vida aos sonhos.
O mundo inteiro está atento a sonhos endiabrados, lunáticos
Parece até que a viagem apenas joga agonia para as fronteiras
Porque o que sinto malogra, frustra, sinônimo de pouca poesia
Falta gente filmando as coisas sensíveis, raras, sem treco na mão.