Ó AZAR
O azar são os pilares sombrios da ventura
Mostra seus cadáveres sorrindo feias manias
O tempo é máscara que abala estrutura
Mostrando noite o que pareciam dias
A mentira é o azar moldado das palavras
O azar é ter tudo e não poder de nada dispor
É existir os prazeres da carne e alma ser só dor
É não saber o que é felicidade pelas estradas
É não encontrar pessoas boas que lhe acalentem
É não se adequar ao meio, ser eterno peregrino
É não ter mais vontade de viver. É não ter destino
É ter a vida sem música ou banquete que lhe servem
Azar é o último capítulo machadiano em falsidades
É a prova da traição do mundo e da vida. É a não-saudade