Ó AZAR

O azar são os pilares sombrios da ventura

Mostra seus cadáveres sorrindo feias manias

O tempo é máscara que abala estrutura

Mostrando noite o que pareciam dias

A mentira é o azar moldado das palavras

O azar é ter tudo e não poder de nada dispor

É existir os prazeres da carne e alma ser só dor

É não saber o que é felicidade pelas estradas

É não encontrar pessoas boas que lhe acalentem

É não se adequar ao meio, ser eterno peregrino

É não ter mais vontade de viver. É não ter destino

É ter a vida sem música ou banquete que lhe servem

Azar é o último capítulo machadiano em falsidades

É a prova da traição do mundo e da vida. É a não-saudade

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 11/04/2020
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