Mônada Reluzente

Invadiu m'alma quente, a sua luminosidade branca, adentrou-me porta ausente, sem tranca aparente, um clarão de lua cheia, luna branquissima, cheia de mim, a nascente, uma luz  reluzente

Uma vastidão de céu pela frente, uma imensidão de mar na tangente, uma calcinha de renda preta, estelar, transparente, o que você deseja e sente, eu sinto de repente, uma luz reluzente

És minha cachaça ardente, meu puro aguardente, não bebê-la logo na aurora, no Sol que nasce, no cio da manhã, é contingente, não é natura, é  naturante, é um artifício poente, uma luz reluzente

No acaso "regular" sou devasso, mas não indecente, digo a verdade do alto e de frente, não traio a minha mente, caminho e me lanço no fio da navalha, na lâmina fria, isto é diferente, uma luz reluzente

Na igualdade, há resistênca, na alteridade, há diferença, nessa lua de quarto crescente, há persistência, no absoluto de toda lua cheia, refinamento, sofisticada insistência, uma mônada não mente, uma luz reluzente

Humberto de Campos
    Mestre Holístico