O FANÁTICO DE SI
Pedalei na bicicleta para além do sol
Tendo a lua por musa e o som por céu
O mel desliza em minh’alma de pagão
E cubro meus defeitos com um grande véu
Sigo, viajante, com ímpeto de império
Derrubo ideias, quebro paradigmas
E com um cetro sério comando meus enigmas
Com o ferro das palavras construo o mistério
Servo dos meus atos, promulgo minha seita
Sou deus e fiéis, no infinito de meus sonhos
Queimo, herege, por não ser bruxo perfeito
Sou um fanático imperfeito, me matando risonho
Minha foto é o cadáver do que fui
Monstro antagônico de vontade que se dilui