O FANÁTICO DE SI

Pedalei na bicicleta para além do sol

Tendo a lua por musa e o som por céu

O mel desliza em minh’alma de pagão

E cubro meus defeitos com um grande véu

Sigo, viajante, com ímpeto de império

Derrubo ideias, quebro paradigmas

E com um cetro sério comando meus enigmas

Com o ferro das palavras construo o mistério

Servo dos meus atos, promulgo minha seita

Sou deus e fiéis, no infinito de meus sonhos

Queimo, herege, por não ser bruxo perfeito

Sou um fanático imperfeito, me matando risonho

Minha foto é o cadáver do que fui

Monstro antagônico de vontade que se dilui

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 06/04/2020
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