Eternidade

Olhei suave

Conforme o time da fumaça

Que sobe do incensário

Estimulando o olfato

A respirar

Como quem vive

Na eternidade do agora

O controle no pause

Fumaça de café

Passado

É a língua a capturar

gotículas dos lábios

Que distante segue silenciosos

Onde se fala o que tem por dentro?

saem do copo

Para o olho que por sorte é grande

Para caber tantas águas

Quando inspira e expira

Quando expira

Suspira

Nas suas mãos já não consta os carinhos

Nos teus pés já não existem os passos de dança

Nas costas

Nenhumas mãos

Olho suave

Pela janela

Olho suave

Para a presente eternidade

Adriane Neves
Enviado por Adriane Neves em 06/04/2020
Reeditado em 11/04/2020
Código do texto: T6908406
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