Caminhar Indescente

Caminhar Indescente

Ela andava à minha frente, com aquele andar desajeitado, sensual, um tanto quanto indescente, um mulherão danado, num pedaço de gente

O seu jeito arrogante, naquele corpo pequeno, mas todo elegante, um Sonho de Valsa estonteante, uma pequena fêmea, de silhueta exuberante

Ah!, meu Deus, quem me dera coragem, ou quem sabe um roupante, para que de modo elegante, eu gritasse o nome dela, naquele passo itinerante

Que aflição eu sofri, acompanhando aqueles pés tão delicados, pisando ora para a frente, ora para os lados, fiquei todo quente, e todo molhado

Sem que eu pudesse lhe mostrar os meus poemas mal versados, de poeta desvairado, o seu trajeto pelo destino foi desviado, fiquei com o coração silenciado

Humberto de Campos

Mestre Holístico