Quarentena III
Um dia eu quis congelar o tempo
Que tudo permanecesse na mesma hora
E agora por dias estamos com tempo congelado
O vazio toma conta das horas
E dos dias que vão passando na mesmice
Poucos momentos temos de embriaguês,
E não são suficientes pra preencher o nada...
E a louça na pia eu deixei pra lavar
Quando o tédio já me corroer por inteiro...
E a cama eu deixo arrumada
Pra ela não me convencer a deitar...
Mas páginas mal algembradas,
Não consigo escolher as palavras,
E o medo sempre me espreita,
Terei eu qual futuro pra me sustentar...