Deixe-me Ir
Lembro-me de ficar em silêncio por um tempo, querendo nada além de desmoronar. Eu apenas fiquei lá, esperando. Não tenho certeza do que realmente estava esperando. Eu acho que só queria um sinal, ou algo assim. Tipo, do universo, dizer que não era o meu fim e que eu deveria continuar lutando. Mas nunca recebi esse sinal. Deve ter passado uma eternidade antes que eu percebesse que meu anjo da guarda não iria cair do céu e fazê-lo me amar outra vez.
Não consigo ver seu rosto cheio de vida, mas eu sinto que ela me conheceu, apesar do meu estado atual. Muitas vezes me pergunto como minha vida seria diferente se ela estivesse aqui, mas eu sinto que onde ela estar e com quem ela estar agora, é muito melhor, longe da minha dor e da minha tristeza.
Não existe uma única coisa no mundo inteiro que eu ache interessante agora.
Pareço apenas vazio e começo a pensar que perdi o propósito da vida.
Tento seguir em frente com minhas dores e saudades, mas o que acontece depois de tudo isso? Quero saber o que acontece durante a eternidade, por mais chato que seja.
Bem, lembro de que uma parte do meu coração permanece nas lembranças do passado em que eu estava com ela.
Andando no banco da frente do carro, assistindo a chuva, andando pela casa, andando pela rua, relaxando com amigos, apenas deitado na cama assistindo o teto, escrevendo em um caderno, desenhando, eu nem consigo listar tudo que eu fiz ao seu lado.
Passado... Presente... E futuro...
Ao tentar encontrar equilíbrio entre esses três, eu me canso. E fico preso entre as bordas do passado e do presente e imaginando o nosso futuro.
É por isso que eu digo... Estar apaixonado é como flutuar no ar e no minuto seguinte é como se afogar em águas profundas é como se dissolver no mar... Devagar e para sempre.
Nenhuma quantidade de falsa esperança ou tristeza iria consertar meu coração, então quando eu percebi isso e finalmente decidir me levantar do meu lugar onde eu sinto que estava sentado por dias, eu meio que apenas... Aceitei.
Eu aceitei que a lua parou de me seguir para casa e a garota que eu amava não me amava mais. Isso não era um conto de fadas e eu não era mais uma criança. Era hora de deixar ir. Eu tive que deixar ir. Então eu fiz. Eu deixo ir.
A dor é tão elegante e pura, pois sem ela não sentiríamos desejo de ser feliz outra vez e a necessidade de ficar bem.