Na direção do tsunami
A branca praia de lua suga nossos pés descalços;
Nos, jovens, que madrugamos à beira da fogueira;
Filosofando sobre armas e o valor da vida.
Mas o vento soprou ao contrário e ninguém notou;
Que a pira se inverteu e a nossa bandeira de paz dança;
Na direção do tsunami.
O silêncio que a onda faz; minutos antes de nos vitimar;
É a calmaria dos pássaros abrigados antes do dilúvio;
E o fôlego que tomamos antes de sermos puxados;
A sombra cresce;
O fogo se apaga;
O pano desprende;
E voa, se perdendo na negritude do horizonte;
Na direção do tsunami.
Nós cantamos a cantiga de ídolos ultrapassados;
Saudosos amores em um violão que toca músicas repetidas;
A última ode à um futuro interrompido;
De um passado que nos tragará no próximo minuto
Na direção do tsunami.