Rosas que sangram
Que ambição por poder é esta?
Que falta de amor é este, Senhores?
Que desumano são estes seres!
Por que agem brutalmente como loucos?
Sem dó, sem pena.
Simplesmente decretam e tem que acontecer.
No jardim das belas rosas borrifam veneno mortal.
Não escolhem lugar preferido,
Seja norte, seja sul. Não escapa nenhum ponto cardeal.
Ordenam, e a tempestade negra avança.
Sim, contra tudo e contra todos.
Vem arrancando as flores do campo.
Leva consigo o bom perfume das rosas.
O transformam em odor de morte.
A ceifa acontece em fração de segundos.
A foice é tão afiada que não se importam em cortar as pequenas plantas.
Gritos horrendos são emitidos!
Quem os poderá ouvir?
O som é ensurdecedor!
Quem enviará socorro?
Mas como podem as rosas gritar?
Teriam bocas para clamarem?
Meus senhores, são rosas diferentes! Têm vida, espírito! Sim, têm alma! Têm corpo!
E não param de pedir auxílio. Pedem ajuda!
Oh, homens maus!
Aonde está o amor?
Aonde se escondeu a compaixão?
Em que local se encontra a empatia?
Para onde fugiu a paz?
Ah, paz!
Tu, que carrega leveza e exala bom cheiro.
Onde estás?
Por que fugiste de nós?
Nossos campos estão sangrando.
Nossas rosas estão murchando.
As rosas-mãe estão chorando.
Seus filhos foram cortados.
Os levaram pra longe.
Por onde andas, oh! Paz?
Paz, preciso te confessar.
Tua inimiga invadiu nossos bosques.
Dissipou no ar nuvem negra.
Não sabemos mais como é o calor do sol.
A alegria se foi.
O vento soprou podridão.
Tem um caos governando o chão.
Pois quem reina no trono da era
É a violenta, impetuosa e selvagem Guerra.
Oh, paz! Por onde andas Tu?
Vem acabar com a conflito
Traz de volta os dias mais claros
E esbanja com pressa o céu azul.
Nossas rosas precisam do sol
E de luz para renascer.
Ainda temos raízes no solo.
Há esperança nos campos da vida.
É possível de novo crescer
É possível viver,
E até florescer.
Por onde andas, oh! Paz?