Pensamentos Na Mesa Do Bar
Então era assim que Bukowski se sentia?
Um estranho no ninho, a causa perdida!?
Então era assim que Lovecraft se sentia?
O pesadelo em forma, a solidão destinada!?
Então era assim que Shakespeare se sentia?
O romântico na beira da loucura e luxuria!?
Então era assim que os grandes se sentiam – pensei.
Entre o embarrelado caos de meu interior
Há de existir a arché da minha existência,
Demorarei para o decifrar, para me desconstruir.
Vejo romance daqui romance de lá,
Desejo daqui desejo de lá,
Vejo o romance! O amor, O desejo
sendo desperdiçado em pequenas coisas.
Tão minúsculas são as causas de eles amarem,
Menor ainda são as causas de eles descartarem o amor.
Consigo sentir e ver todo aquele sentimento humano
Se dissipando no ar e sem ninguém para os unir em algo.
Tudo anda sendo desperdiçado; tempo, sentimentos, talento,
Palavras! Mais palavras; ações sem traço de genuinidade.
Nada pior que o desperdício!
Poderia continuar a noite toda escrevendo sobre isso,
Sobre o quão grande é o medo humano,
O quão assustador é sentir algo em meio a isso.
Mas somente palavras não mudariam nada
O que fazer para que o medo desapareça?
Amar, correr, fugir, gritar, escrever?
Não tenho a resposta e não sei se a quero,
Não facilmente, pretendo sangrar pela verdade.
Me perco em verdades escondidas no corpo de mulheres,
Mesmas verdades que há de esconderem em copos de cerveja,
A luxuria, o desejo da carne e o desejo pela paz e calmaria,
O prazer recorrente disso tudo, a poesia que se esconde
nessa pequena fração de verdade, nesse pequeno fragmento
do amor e de sua infinita sede do sangue que corre em minhas veias.
Tento não pensar sobre a importância de tudo,
mas é quase inevitável, poucas coisas
podem nos elevar a cima de si próprio,
me pego observando as estrelas está noite,
fantasmagóricas e infinitas amigas discretas.
Na tragada seguido pelo gole de cerveja
Ao olhar para os rostos que me cercam;
Amigos, pessoas que compartilham
O tempo limitado dessa vida comigo.
Sorrio, não de felicidade. Mas por afeição,
Consigo gostar desses desgraçados.
Embora sei que a solidão da morte
Há de se aproximar ao decorrer do tempo.
Não dou a mínima, o passado e o futuro
Não possuem importância, mas o agora
Nesse exato momento de pequena lucidez,
Desse pequeno fragmento de sanidade
Em meio a poesias e escritas insanas,
Somente o agora, o minuto de um verso.
Esse minuto que importa, e nesse momento
Essa poesia é a única coisa que importa.
Todos as pessoas são iguais, todas mesquinhas
Mas passe tempo o bastante ao lado de uma pessoa
E perceberá que de fato, fomos escritos em um padrão
Num padrão de verso, de rima, de romance e poder.
Mas sem dúvidas, é o verso final que muda todo o resto,
Toda uma poesia pode perder seu padrão com seu último verso,
O ultimo suspiro, a ação que muda tudo, somos feitos de momentos
Porém, existiram poucos dos mesmos que nos desconstruíram.
E quando a morte chegar,
saberemos desses momentos.
Veremos nossos ultimo versos,
para assim descansarmos livres para sempre.