O amor ao Nada
A queda repentina deixa o terreno fecundo para amar o Nada, pois ele está sempre alí, esperando sem qualquer traço de negação àquele cujo fracasso leva sempre ao desencontro. E de desencontro a desencontro vão se erguendo sob a carne exposta os tijolos de uma vida cuja a ferida aberta doía mas também pulsava vida. E no vazante do ser esburacado, cada gota de decepção marcada de sangue, maneja a possibilidade de uma nova morada, a de um corpo seu, marcado pelas vias do descompasso desapossado, mas que já não mais se fazem posse do outro. Eis aí, a dor que gera liberdade