Estátuas
A espera é algo surreal.
Me corrói em ácido oral,
queimando a garganta,
me impedindo de responder
à tua voz santa.
Meu coração apertado pela angústia
que só aumenta quando a vejo caminhar para longe,
vendo tuas lágrimas enquanto sorria.
Sinto algo me prender no lugar,
me impedindo de te encontrar,
contendo meus impulsos
e o desespero é quem toma conta.
Não importa quanta força faça,
quanto mais tento, mais me afundo na foça.
Caindo no inferno gelado
de inverno.
Como se o calor do teu toque
fosse a chama do meu sol,
agora sob crosta de sal.
Secando meu amor,
deixando meu mundo sem ar.
Petrificado e sem ação
com meu coração em tua mão,
se afastando e levando contigo
minha alma
em nitrogênio afogada,
mantendo meu corpo parado.
Incapaz de sentir
alegria ou tristeza.
Ódio, amor, ou mágoa.
Me torno mais uma estátua.