ANESTESIA DA VIDA
Na euforia não há lugar
Para pensar no amanhã
Mas recostados no divã
Todos podem lamentar.
Num dia sou importante
Já noutro sou só teoria
É que na hora da euforia
O que vale é o instante.
E será como embriaguez
Na incoveniente ressaca
Esquecerá o que te mata
Para a ela ir outra vez.
Um ano, dois, o que se deu?
Cinco anos minha criança
Um dia a brincadeira cansa
E eis que a euforia morreu.